O Porto Digital recebeu o prefeiturável Mendonça Filho (DEM) e a vice da chapa, Priscila Krause, nesta terça-feira (06). Além de conhecer o parque tecnológico, o candidato também respondeu a perguntas de representantes do Softex Recife, Assespro PE/PB, Seprope, Manguez.al e CESAR, além de empresários e gestores de empresas do pólo.

No início do encontro, o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, apresentou os principais desafios atuais e futuros do parque tecnológico, como a questão da requalificação urbana do Centro do Recife, demanda de profissionais qualificados e formação superior em tecnologia. 

No momento de perguntas e respostas, participaram também o presidente do Softex Recife, Yves Nogueira; o presidente da Assespro PE/PB, Rodrigo Vasconcelos; o presidente da Assespro Nacional, Ítalo Nogueira; o presidente do Seprope, Gerino Xavier; a representante do Manguez.al, Ana Uirarte; e o CEO do CESAR, Fred Arruda

Confira os destaques das perguntas e respostas: 

Yves Nogueira, presidente do Softex Recife

  • Aqui no Porto Digital temos muitas startups na área de educação. Então queria saber qual a sua visão sobre o apoio a essas empresas de edutech e sobre como pode ser aproveitado esse potencial.

A prefeitura é muito distante do ponto de incentivo de novas iniciativas de startups e empresas de tecnologia. Há espaço sim, desde que tenha uma forma de gestão de estímulo para o pequeno negócio e o pequeno empreendedor e você possa trazer todo esse ambiente para que ele tenha mais proximidade, que possa trazer sua criatividade e capacidade na gestão nas áreas de saúde, educação, que são duas áreas em serviços públicos que permitem grande criatividade. A gente deseja até criar uma conceituação de um CIO vinculado à Prefeitura para que possa entender o ecossistema da área de tecnologia de informação e telecomunicação a partir de uma visão de mercado.

Fred Arruda, CEO do CESAR

  • Como será a convivência institucional com o governo federal dada que, a sensação que eu tenho, é que a cultura, ciência e educação não parecem ser prioridades para o governo? E o que podemos esperar em quatro anos de gestão de um avanço para que alunos de escola pública possam competir?

No que diz respeito a educação no Recife, a gente não depende de intervenção do governo federal e do apoio do governo estadual; depende da própria prefeitura. Se investe mal na área de educação e vamos rever isso – visando educação em tempo integral e a qualidade do ensino.

Não é missão do prefeito ficar em embate no debate nacional com o governo federal, isso só nos trará prejuízo – esse espaço de discussão é dentro do Parlamento. O que sei fazer e o que vou fazer é buscar recursos – junto ao Ministério da Educação, Ministério da Ciência e Tecnologia.

Rodrigo Vasconcelos, presidente da Assespro PE/PB

  • Em Florianópolis, o ecossistema de inovação, por exemplo, está avançando a passos largos com uma parceria muito forte com os poderes municipal e estadual, com vários programas de fomento a micro e pequenos empreendedores. Em 2018, fizeram uma lei voltada para inovação, startups e micro e pequenos empreendedores. O que você pensa disso na sua plataforma de governo?

Temos espaço para um debate como esse. Pessoalmente, não gosto muito do poder público escolhendo vencedores – esse critério tem que ser muito bem definido. Talvez na ambiência das startups ou das iniciativas criativas você pode criar algum fundo público municipal para estimular a busca de soluções dentro da máquina pública e o financiamento dessas iniciativas. 

Temos espaço para buscar fundos de investimento e trazer investidores para cá. Temos que ampliar as oportunidades daqui a partir dessa visão que valoriza as empresas criadas no Porto Digital.

Gerino Xavier, presidente do Seprope

  • Qual o seu desejo como gestor público de dizer “isso eu quero fazer porque vai acelerar o crescimento do Bairro do Recife”?

Aqui é um espaço físico muito pequeno. O Porto Digital, como área expandida, como polo dinâmico, então dá para o poder público cuidar melhor. Manutenção, limpeza, cuidado com saneamento, coleta e tratamento de lixo e esgoto, iluminação pública, segurança, cuidar das pessoas que estão muitas vezes desalentadas e abandonadas e a questão da acessibilidade. Não dá para sonhar com uma cidade como essa sem que Recife volte a ser o que foi no passado – perdeu o terreno, parou no tempo, em comparação, por exemplo, com Fortaleza ou Salvador.

Ítalo Nogueira, presidente da Assespro

  • Não sei se você já teve algum conhecimento do que é o sandbox regulatório, do que é tornar, talvez, o Bairro do Recife como um grande laboratório para experimentos para serem levados para outros bairros. Qual a sua visão para tornar o Bairro do Recife esse laboratório?

Eu assumo o compromisso público de mandar uma legislação municipal para a Câmara dos Vereadores do Recife que garanta o direito a experimentos no Recife – que seja em um espaço determinado, que pode ser o Bairro do Recife. Evidente que vai ser avaliado o âmbito e espaço dessa legislação local. Há algumas experiências como em Detroit, nos Estados Unidos, que, por conta de uma legislação específica, ficou conhecida por sua experiência com drones. Nós teremos, e está no nosso plano de governo, um plano diretor de transformar o Recife em uma cidade digital.